Cowboys & Aliens – crítica

Com momentos que lembram Westerns clássicos, a adaptação de quadrinhos “Cowboys & Aliens” leva a ficção científica para o Século XIX no oeste norte americano e é bem sucedido tanto no enredo quanto na mensagem.

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Previsto para estar nos cinemas dia 9 de Setembro de 2011, a obra dirigida por Jon Fraveau, com produção executiva de Steven Spielberg e roteiro de Alex Kurtzman, Roberto Orci e Damon Lindelof não tem dificuldades em fazer o espectador torcer pelo personagem principal e… pelos antagonistas!

E o mais curioso do roteiro de “Cowboys & Aliens” é justamente isso: o filme começa de forma tão centrada numa estética do tipo “Oeste Selvagem” que fica difícil perceber as intenções em se trazer alienígenas para a estória. Com isso, acabamos escolhendo os clássicos vilões do velho oeste e assumindo que o Coronel Dolarhyde – personagem vivido por Harrison Ford – e seu bando são os bandidos.

Jake Lonergan, interpretado por Daniel Craig, começa o filme sem se lembrar de nada e, com o tempo, acabamos descobrindo que o bandido procurado era ele e que o Coronel Dolarhyde não é mais que um figurão da pequena cidade que acaba sendo alvo do verdadeiro antagonista que permanece desconhecido no início do roteiro.

Quando um grupo de naves batedoras alienígenas ataca a cidade, mata uns e sequestra um bom número de outros fica evidente que Lonergan é um recurso importante para reaver os familiares raptados e saem então a cavalo na missão de resgatá-los.

O interessante desta narrativa é justamente esta reviravolta, na qual o espectador percebe seus sentimentos, acerca dos supostos bandidos, mudar e sua simpatia crescer pelo personagem de Harrison Ford. Em essência o que o roteiro faz com maestria é permitir que nos questionemos no que se refere às nossas suposições sobre quem está certo ou errado.

Ella, personagem vivida pela belíssima Olivia Wilde, é uma misteriosa mulher, presente desde o início do filme e que parece esconder a verdade sobre Lonergan e sobre tudo o que está acontecendo e é pela personagem que ele começa a se sentir atraído.

A reviravolta se repete quando o grupo já coeso é detido por índios norte americanos que responsabilizam o “Homem Branco” pelo ataque dos “demônios” do céu e, por intervenção de Ella, acabam por perceber que a ameaça externa deve ser levada a sério e que é maior do que quaisquer problemas que eles tenham entre si.

E é assim que um grupo de Cowboys, Bandoleiros e Índios se une para impedir que os batedores alienígenas dotados de tecnologia avançada transformem a Terra em uma colônia extrativista.

Se a moda pegasse certos países teriam sérios problemas ao invadir nações soberanas tendo como objetivo o controle sobre seus recursos naturais… mas isso é outra história.

A “chave do filme”, dentro do viés abordado nesta interpretação, está nas palavras do reverendo que faz os curativos de Jake Lonergan somadas às da misteriosa Ella: “Eu já vi bons homens fazerem coisas ruins e homens maus fazerem coisas boas [...] Você sabe quem você é… só precisa se lembrar…”

Bruno Accioly

Bruno Accioly é diretor da dotweb.com.br, editor do OutraCoisa.com.br, concebeu a iniciativa aoLimiar.com.br e é co-fundador do Conselho SteamPunk

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