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Depois de um período de reestruturação, o mercado de ficção fantástica nacional vive agora seu momento de transição, onde as narrativas começam a se diversificar e cada vez mais autores têm buscado construir histórias em cima de conceitos que fujam do lugar comum, narrativas de tenham não apenas vampiros, elfos e dragões como chamarizes e que evoquem mais do que somente o espírito de aventura do leitor. Enfim, histórias que tenham conteúdo inovador.

Dentre essas inovações, temos já bons exemplos, como o “Neon Azul”, de Eric Novello, o primeiro livro brazuca digno de ser chamado de fantasia urbana, as coleções originais “VII Demônios” e “Vaporpunk”, das editoras Estronho e Draco, respectivamente e os livros “Paraíso Líquido”, de Luiz Brás, e “Cyber Brasiliana”, de Richard Diegues, os primeiros rebentos da literatura pós-cyber.

Agora, um romance surge com a missão de dar uma cara nova à fantasia, uma cara mais obscura, de terror. “Necrópolis, a Fronteira das Almas”, de Douglas MCT, é a primeira obra do gênero a ser publicado no Brasil pela editora Draco. O livro, um calhamaço de respeitosas 308 páginas, conta a história de Verne Vipero, um rapaz cético que embarca em uma missão de resgate que o levará até os confins de um mundo fantástico.

Ao descobrir a possibilidade de evitar que a alma do irmão caçula caia no Abismo, Verne passa a enfrentar sua própria descrença ao encarar essa descida ao Mundo dos Mortos. Junto a um monge renegado, um ladrão velocista, uma mercenária boazuda e um homem-pássaro suspeito, ele terá de percorrer paisagens desconhecidas, entre elas um deserto mórbido, um abrigo de magos e uma cidade de pedra, até chegar aos confins do mundo, onde terá fim sua jornada em busca da alma do irmão. Porém, abalado pela perda, ele acaba transformando esse objetivo em uma quase obsessão.

A Necrópolis do título é uma das regiões de Moabite, o Sétimo dos Oito Círculos do Universo, um lugar habitado por criaturas sobrenaturais que vão de duendes a vampiros e de reptilianos a centauros. Regido por Ouroboros e Niyanvoyo, forças opostas que personificam a renovação da vida e os últimos passos rumo ao fim, o lugar ainda possui passagens que levam a outros planos, mundos etéreos de pesadelos e de magia.

Segundo o autor, Necrópolis surgiu do medo de perder seu irmão caçula, 17 anos mais novo que ele. “Criei uma neura em cima disso na época que ele era nenê, que coincidiu com o momento em que eu desenvolvia plots para um romance de fantasia. Tinha três ou quatro ideias, mas eu precisava de um ponto-chave para colocar como elemento mais importante na trama, quando surgiu esse temor. Ele serviu de fio condutor e a história nasceu naturalmente a partir disso”.

Espécie de realidade travestida de fantasia, para o autor, o livro não é só mais um romance fantástico. “É mais do que isso: escrevi com o coração, com medo e com uma paixão meio sombria. Foram cinco anos de jornada, entre escrita, reescrita, revisão, idas e vindas, até a publicação”, completou ele.

Apesar de já estar na estrada há algum tempo, esse é seu primeiro romance. Antes disso, o autor, que é natural de Socorro, no interior de São Paulo, trabalhou como designer gráfico e roteirista de games, quadrinhos, animações, filmes e seriados. Dos projetos em que participou, destaque para os quadrinhos da Turma da Mônica e contos publicados nas coletâneas “Anno Domini” [Andross, 2008], “Território V” [Terracota, 2009] e “Imaginários Vol. 3” [Draco, 2010], além dos prêmios do Mapa Cultural Paulista para histórias publicadas em 2001 e 2003.

Livro pronto e primeira etapa do trabalho concluída, Douglas já começou a divulgar alguns projetos futuros. Entre eles está uma seleta de contos sobre “cidades de mundos fantásticos”, em que figura como autor convidado. A antologia terá uma das regiões/cidades de Necrópolis como tema, no primeiro spin-off da série.

Além disso, ele segue trabalhando no mangá Hansel&Gretel, numa HQ infantil, cujos personagens são animais falantes, nonsenses e detetivescos, e no segundo livro da série, “Necrópolis 2”. “Para fechar: no final desse ano ou começo do próximo deve sair uma antologia de um famoso cenário de fantasia nacional, onde tem um conto meu”, conclui.

Se a curiosidade bateu e você quiser conhecer mais sobre esse universo de fantasia com cara de terror [ou de terror com cara de fantástico], o autor criou um site com um farto material de divulgação. Além de informações sobre os livros, raças e cenários, você ainda encontra wallpapers e avatares com as personagens do romance disponíveis para download.

“Necrópolis, a Fronteira das Almas”, será lançado domingo próximo, dia 07 de novembro, na livraria Martins Fontes da Av. Paulista. Além do lançamento, vai rolar um bate-papo sobre dark fantasy com a participação do próprio autor, de Eric Novello e de Erick Santos, editor da Draco.

O livro já está disponível para venda nas livrarias Moonshadows, Cultura e com desconto especial na Loja Estronho.

Serviço

O quê: Lançamento Necrópolis – A Fronteira das Almas
Quando: 07 de novembro, a partir das 15:30 hs
Onde: Livraria Martins Fontes – Av. Paulista, 509 [ao lado do metrô Brigadeiro]
Quanto: Evento – livre / Livro – em torno de $ 49,00

Convite