Expressionismo Alemão no Telecine Cult
por Eduardo Santos em novembro 11, 2008Um Comentário Publicado em Destaque, TV a Cabo
Cine Classic: Expressionismo Alemão no Telecine Cult
Para quem quer conhecer um pouco do cinema expressionista alemão, o Telecine Cult preparou uma programação especial para este mês novembro. Toda quinta-feira às 19:45 serão exibidos clássicos deste que foi um dos mais importantes e influentes movimentos artísticos do século passado.
Confira a programação e clique nos links que preparamos para você conhecer um pouco mais:
13/11/08 – Nosferatu (“Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens“, 1922)
É um blockbuster. Um megaclássico do vampirão sedento de sangue dirigido por Murnau que mostra uma imagem realmente diferente da sensualidade e androginia que tornaram-se padrão das produções mais atuais. Nosferatu não é drácula, até mesmo porque Murnau não conseguiu os direitos de filmagem da novela de Bran Stoker. Nosferatu é animal, feio, sujo, nojento. E Murnau quer discutir a própria condição humana, o desejo e a maldição da vida eterna e o faz em um filme assombrosamente belo. A iluminação, a música, o clima e a genial interpretação de Max Schreck tornam este que é o mais conhecido dos filmes do diretor uma parada obrigatória para qualquer cinéfilo. E há claro, toda uma mítica desta produção. As mais conhecidas são que Schreck andava “no personagem” durante todo o tempo das filmagens e sua interpretação é tão convincente porque era mesmo vampiro. Verdade ou não a lenda é tão boa que deu origem ao excelente “A Sombra do Vampiro” (“Shadow of the vampire“, 2000).
Horários alternativos: dia 15 (sábado) às 12:20 e 12 de dezembro (sexta) às 16:50.
Assista o filme completo no Youtube…
20/11/08 – Metrópolis (“Metropolis“, 1927)
Outro megaclássico. Se você ainda não viu este filme, não pode dizer que é cinéfilo. Metrópolis, antes de ser o lugar onde vive o super-homem, é esta cidade-delírio-visual criada por Fritz Lang onde as máquinas escravizam humanos. É claro que esta ‘matriz’ foi reutilizada, ou você achava que era tudo assim criado do nada? E o amor do filho do sinhozinho pela pobre operária é a força que rompe esta ordem estabelecida. O filme é uma superprodução. Um dos mais caros filmes já feitos na época e quase quebrou a produtora. São 37 mil extras entre 25 mil homens, 11 mil mulheres, 1.100 carecas, 750 crianças, 100 negros e 25 asiáticos. Seu orçamento total de 5 mil marcos, se atualizado para os dias de hoje, daria hoje cerca de 200 milhões de dólares. Mas ainda assim é tudo analógico e com pouquíssimos recursos técnicos. E é uma delícia ver o efeito na narrativa de algumas das soluções técnicas do início do cinema como o uso intensivo de dupla exposição. E não é dupla exposição de laboratório que junta dois negativos em um. Lang rodava o mesmo rolo duas vezes sem tirar de dentro da câmera. Veja Metrópolis e reconheça Blade Runner, Dr. Fantástico, O Quinto Elemento, Minority Report entre outros. Metrópolis é referência para um monte de filmes que você já viu e que ainda vai ver.
Horários alternativos: dia 22 (sábado) às 11:10 e 28 de dezembro (domingo) às 15:40.
27/11/08 – O Anjo Azul (“Der blaue engel“, 1930)
O mais conhecido dos filmes de Sternberg, torna famosa a então desconhecida Marlene Dietrich. Os ingressos para a estréia só eram encontrados no mercado negro e até o último momento havia dúvidas sobre se a película ia ser mesmo exibida.
O filme é um conto moral. Um professor moralista é traído pelo destino. Se envolve com uma dançarina do cabaré Anjo Azul e inicia uma vida de degradação. Dietrich é a femme fatale no papel de Lola-Lola e sua entrada em cena usando meias compridas, cinta liga, salto alto, um colete e uma cartola causou furor na época.
Anjo Azul é, na verdade, um exemplar já de transição para o realismo alemão mas é também referência obrigatória.
Horários alternativos: dia 29 (sábado) às 13:15 e, em dezembro dias 16 (terça) às 15:55 e 18 (quinta) às 7:50.
Vejam as luzes, as sombras, as texturas…
Descubram os mestres que já dominavam a linguagem cinematográfica nos anos 20.