“Ooru”, como Nenhum outro Mangá
por Pedro Drable em setembro 22, 2008Um Comentário Publicado em Quadrinhos
Jun Hanyunyuu é um dos mangakás (autor de mangás) mais cultuados do Japão. Antes de desenhar Ooru (seu maior sucesso), foi o autor do mangá Koi No Mon, que ficou conhecido no Ocidente pela sua adaptação cinematográfica Otakus in Love, selecionado em 2004 para o Festival de Veneza. No entanto, esta edição brasileira de Ooru é a estréia de Hanyunyuu no Ocidente.
Hanyunyuu conquistou seu lugar entre os grandes mestres do mangá atual da maneira mais imprevista. Suas histórias fogem a qualquer tentativa de classificação: Ooru, por exemplo, é uma mistura escatológica, barroca, de violência, realismo, drama, humor e suspense. Seu desenho, muito diferente do habitual dos mangas, tem como principal referencia o pintor expressionista austríaco Egon Schiele (1890-1918).
Ooru, assim como outros trabalhos de Hanyunyuu, foi publicado originalmente na Bean, a principal revista da vanguarda dos quadrinhos japoneses. É nela que também tem sido publicado Suehiro Maruo (O Sorriso do Vampiro, Eroguro) e Atusushi Kaneko (Bambi).
Conta a história de um mangaka (um desenhista e roteirista de mangas) que abandona tudo para se tornar um ermitão na ilha de Okinawa. Ali descobre o que pensa ser sua verdadeira vocação: ser um assassino da Yakuza.
O mangá:
Ficar sentado o dia todo desenhando em cima de prancheta pode ser tedioso. Por isso Kôzô Sanou, o protagonista de Ooru (“azul”, em japonês) resolveu levar uma vida um pouco mais agitada. Depois de enriquecer desenhando mangás em revistas semanais, o mangaká Sanou exilou-se na ilha de Yonatou e perdeu o contato com o resto do mundo, morando numa pequena casa abandonada no campo.
Porém o ambicioso e endividado Takeshi Antai, editor de mangás, vai atrás do mangaká, para tentar convencê-lo a publicar uma nova história (e ganhar mais dinheiro). Antai acaba encontrando um Sanou irredutível em seu auto-exílio, mas ainda assim resolve levar o autor para um bar na tentativa de persuadi-lo a voltar a desenhar.
As coisas não saem como o previsto, e o bar vira palco para um tiroteio entre os yakuzas (mafiosos japoneses) locais. Sanou consegue uma arma caída no chão e acaba matando o assassino que entrara no bar para eliminar o chefe do clã Jinbaru. Animado com o tiroteio, Sanou resolve entrar para a máfia, e leva o editor junto com ele.
Assim os dois iniciam juntos uma parceria insana, mergulhando de cabeça nas atividades criminosas da Yakuza – Sanou querendo descobrir um sentido para a vida, e Antai pensando em transformar essa aventura irresponsável em um novo mangá de sucesso. Só que nem sempre os planos saem como o esperado…
Assista ao trailer de “Otakus in Love”