“Beatles num Céu de Diamantes”

Fantasia com as Canções dos Beatles

Já está passando, há algum tempo, o espetáculo “Beatles Num Céu De Diamantes”, de Charles Möller e Cláudio Botelho. Estreou no início do ano em um pequeno teatro em copacabana (Espaço SESC), para, após um enorme sucesso e uma aparição relâmpago em Curitiba, chegar no Teatro do Leblon – onde acabou de ter sua temporada lá estendida por tempo indeterminado.

E, de forma merecida, é, até agora, o maior sucesso da temporada – chegando a ter seis sessões semanais. No palco, 11 atores/cantores (acompanhados ainda de uma tecladista e um violoncelista que também contribuem para os vocais) e pouquíssimos acessórios procuram não contar uma história, mas tocar o público com suas belíssimas interpretações de várias músicas dos Beatles, entre clássicos e pérolas menos conhecidas.

O roteiro, uma alegoria livre da viagem interior e de amadurecimento de uma pessoa, é a parte supérflua – está lá apenas para fazer a tênue conexão entre os números musicais. Desta forma, diálogos tornam-se desnecessários e apenas serviriam para nos distrair daquilo que realmente importa: as canções dos Beatles, nas suas belas interpretações.

E são os atores e suas interpretações que tornam o espetáculo (apesar de ser vendido como uma peça, não o é – é um show, um musical, um espetáculo. E é melhor ainda por isso.) tão formidável: algumas versões bastante fiéis, outras mais engraçadas, outras extremamente delicadas. Destaques incontestáveis para as versões de Eleanor Rigby, While My Guitar Gently Weeps e o medley de Let It Be com Yesterday (os diversos medleys ao longo do espetáculo são certamente um destaque a parte).

Enfim, um programa certo para desfrutar uma noite agradabilíssima. E, com certeza, sair do espetáculo (única crítica negativa: é curto demais – apenas 75 minutos) com aquele gostinho bom de “quero mais”.

Curiosidade: há uma cena em que os atores fazem desenhos no chão – como o espetáculo era originalmente no Espaço SESC, um teatro de arena, o público geral podia ver os desenhos, que eram modificados a cada apresentação. Essa foi a única perda na mudança para o Teatro do Leblon. De todos os outros aspectos, o espetáculo ganhou muito, e mesmo para quem já o viu no Espaço SESC, vale a pena conferir de novo.