Lanterna Verde – crítica
por Editor em agosto 1, 2011Zero Comentários =( Publicado em Cinema
O grande lançamento cinematográfico da DC este ano é “Lanterna Verde” (“Green Lantern”), projeto ambicioso e perigoso que pretendia mostrar Oa – o quartel general planetário dos Lanternas Verdes – e tencionava não deixar que a estética dos quadrinhos para os poderes do personagem o tornassem objeto de escárnio.
OutraCoisa: Pesquisa…
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Nos quadrinhos o personagem lançava mão de materializar martelos gigantes ou bigornas, por exemplo, para derrotar seus inimigos e, muito embora algumas memoráveis estórias em quadrinhos tenham sido lançadas com argumentos até bastante profundos, sempre se tratou de um personagem delicado no que tange a adaptação cinematográfica.
O personagem, surgido na década de 40 foi reformulado na década de 60 e só alcançou real popularidade na década de 70, quando a editora resolveu que este deveria fazer par com o Arqueiro-Verde. Após este período, o Lanterna Verde enveredou por estórias com temas mais grandiloquentes de salvar a humanidade e passou a abordar temas de “proporções cósmicas”.
Na adaptação cinematográfica Abin Sur, um dos inúmeros Lanternas Verdes que mantém a paz no Universo, encontra um velho e poderoso inimigo dos Guardiães e, em meio ao combate, é mortalmente ferido, vindo se refugiar no planeta terra. Hal Jordan é um piloto de testes corporativo audaz e irresponsável, assombrado pela morte do pai em um vôo de testes e cujo único medo está em seguir pelo mesmo caminho.
Quando Abin Sur cai no planeta terra e seu Anel de Lanterna Verde vai buscar um substituto para o acidentado, Hal Jordan é o escolhido e é transportado pela força do Anel até onde estão os destroços da nave.
A origem do personagem fica completa com sua viagem involutária até Oa, onde é recebido por Tomar Re, treinado por Kilowog e insultado por Sinestro. A Tropa dos Lanternas Verdes é, de fato, retratada com o respeito e com o tom que o quadrinho exige, exaltando a importância e o peso da escolha de um novo Lanterna Verde, o que obviamente assusta o irresponsável Hal Jordan.
As dimensões de tudo que se refere a Oa acabam por se impor de forma tão impressionante que fica difícil acreditar que o vilão fosse tão poderoso quanto a Tropa e, talvez por este motivo, o conflito com o antagonista acaba tomando segundo plano.
A Energia Verde da Lanterna, que é responsável pela recarga do Anel de cada um dos componentes da Tropa é composta, basicamente, de Força de Vontade – que no filme é a energia mais poderosa do Universo. Parallax, o antagonista, fôra um dos Guardiães do Universo, um dos comandantes dos Lanternas Verdes e o maior defensor do uso da Energia Amarela, que se baseava no Medo.
Hal Jordan tem de descobrir, através do amor e conselhos de Carol Ferris (vivida de forma um tanto insípida por Blake Lively), que coragem não é deixar de ter medo, mas continuar em seu caminho a despeito deste med – e é esta a mensagem do filme.
Em uma narrativa fragmentada que faz uso de um arauto de Parallax, o Lanterna Verde acaba tendo um embate de proporções um tanto inacreditáveis e de lidar com a situação de forma pouco convincente.
É importante dizer que o subestimado Ryan Reynolds, que vive Hal Jordan, não é um ator de poucos recursos e que, embora se nível de rejeição seja alto junto aos fãs do personagem, acaba criando um Lanterna Verde menos sisudo e mais humano, com espaço para vir a se tornar o fundador da Liga da Justiça – se é que a DC vai enveredar pelo mesmo caminho que a Marvel algum dia.
Isto posto, para os entusiastas dos quadrinhos vale ver o filme por conta da mitologia do personagem e da materialização, na tela, das cenas belíssimas que se passam em Oa. Para os que não conhecem o personagem vale pela introdução a mais este aspecto do universo DC (populado pelo Super-Homem e Batman) e pelo entretenimento.
O filme, dirigido por Martin Campbell, deve estar nos cinemas brasileiros dia 19 de Agosto de 2011.