Stasis, de Christian Swegal

Com a evolução do cinema e da tecnologia por detrás dele, os grandes blockbusters hollywoodianos acabaram criando a incômoda sensação de que, pra se fazer um bom filme, especialmente os de ficção científica/fantasia, obrigatoriamente os produtores precisam de rios de dinheiro que garantam ambientações perfeitas e quilos de efeitos especiais. Óbvio que $ 100.000.000 no bolso ajuda e muito, mas não é essencial.

Stasis [Estase, em tradução livre], média metragem do diretor Christian Swegal, é um bom exemplo disso. Filmado com “módicos” $350.000 o filme tem todos os elementos dignos de um bom plot de ficção científica, além de uma produção caprichada.

Na trama, ambientada num futuro incerto, Henry, um ex-soldado do exército que está sendo submetido a exercícios virtuais para curar uma crise de estresse pós-traumática, acorda e imediatamente passa a ser interrogado por um doutor e um misterioso visitante estrangeiro, ambos tentando trazer de volta sua memória perdida e descobrir algo sobre ele que nem mesmo ele sabe. Além das imagens de uma mulher linda e angelical que aparecem e desaparecem gradualmente de sua consciência, Henry não tem a menor ideia do que aconteceu.

À medida que a história ganha corpo e adquire contornos mais amplos, Swegal começa a unir as peças do quebra-cabeça, permitindo que o público olhe gradualmente para o passado e para o presente de Henry, que, aliás, se mostra tão ansioso em conhecer toda a verdade quanto o espectador. Quando começa a se situar, o misterioso estranho o coloca contra a parede e o incumbe de uma missão nada fácil: ou ele assassina um político local ou jamais verá sua mulher novamente. Enquanto tenta salvar a vida da mulher e se livrar da obrigação de cometer esse hediondo crime, Henry finalmente se confronta com a verdade de sua vida.

Praticamente filmado com cores que variam do cinza ao verde, o filme mantém durante todo o tempo esta aura de “estase”, como se tudo não passasse de um sonho que pudesse se tornar real, ou como se a realidade nada mais fosse que um sonho.

A ideia que estarmos vendo as desilusões de um soldado com ferimentos de guerra que não consegue deixar seus traumas de lado, ou, ainda, de presenciarmos a luta de um homem preso a uma condição e sonhando com uma vida que jamais terá perpassa todo o filme. Em qualquer dos casos, Swegal deixa para o publico decidir qual dos dois caminhos Henry está trilhando, criando um ciclo interminável de esperanças, desejos e pesadelos.

Escrito por Benjamin Murphy e com produção de Ian Colhoun e Adam Hendricks, o média-metragem ainda traz no elenco Reshad Strik, Beau Bridges, Ernie Hudson, Elgin Brown e Rachel Specter.

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