Minhas Mães e Meu Pai – trailer e pôster nacional

Há algum tempo, a polêmica sobre a legalização do casamento gay voltou à baila no Brasil, e desde que a união civil foi regulamentada na vizinha Argentina, os ânimos se exaltaram por aqui. Mas enquanto a matéria não é discutida e a lei, votada, a coisa segue no mesmo pé: os casais continuam tocando suas vidas, a lei os ignora, as ONGs lutam para mudar a situação, a TV continua boicotando o tão esperado beijo gay, outras nações passam à nossa frente em matéria de direito civil… enfim, essas e outras coisas que estamos tão habituados a ver nesse eterno país do futuro que é o Brasil.

Mas, ao contrário da vida real ou da nossa pudica TV, o cinema ainda é um território livre de certos preconceitos e é nele que veremos o tema retornar, desta vez na forma de comédia romântica, com a estreia do filme “Minhas Mães e Meu Pai” [The Kids Are All Right, no original]. Sob a batuta de Lisa Cholodenko, responsável pela direção de episódios de “The L Word” [série norte-americana sobre um grupo de amigas lésbicas que foi transmitida no Brasil pela Warner Channel] e “A Sete Palmos” [Six Feet Under, no original], o longa conta a história de Nic [Annette Bening] e Jules [Julianne Moore], um harmonioso casal de lésbicas que divide uma casa na Califórnia com seus dois filhos adolescentes Joni [Mia Wasikowska] e Laser [Josh Hutcherson]. Porém, essa harmonia vai por terra quando Joni, um pouco antes de entrar para a Universidade, resolve ajudar a irmã a encontrar o pai biológico que fez a doação para a inseminação artificial. Indo contra a vontade das duas mães, eles acabam conhecendo o pai [Mark Ruffalo] e logo se identificam com ele. O moço começa a fazer parte da vida de todos, criando uma nova e totalmente inesperada situação que vai bagunçar o dia a dia dessa família nada convencional.

O filme, que teve uma excelente recepção nos festivais de Sundance e Berlim conta, em seu elenco principal, com os astros Julianne Moore [de “Ensaio Sobre a Cegueira”], Annette Bening [de “Beleza Americana”], Mark Ruffalo [repetindo a dobradinha que fez com Moore em “Ensaio Sobre a Cegueira”] e os jovens Mia Wasikowska [a Alice do País das Maravilhas de Tim Burton] e Josh Hutcherson [do ótimo “Ponte Para Terabítia”].

Uma das estreias programadas para o Festival do Rio, o longa já começou, inclusive, a corrida pelo Oscar, contando com uma estratégia bem interessante: as atrizes Annette Bening e Julianne Moore, as mães lésbicas da história, serão inscritas como uma dupla na categoria Melhor Atriz.

A estratégia dos produtores na escolha da candidatura conjunta não é novidade em Hollywood. Outra dobradinha de peso do cinema, as atrizes Geena Davis e Susan Sarandon, já concorreram juntas pelo longa “Thelma & Louise”. Antes delas, Katharine Hepburn e Elizabeth Taylor disputaram a cobiçada estatueta por “De Repente, no Último Verão” e Anne Baxter e Bette Davis por “A Malvada”.

E como dizem por aí que a vida é mera imitação da arte, a organização nova-iorquina “Human Rights Campaign” começou uma campanha de conscientização a favor da igualdade de direitos no casamento usando a imagem de celebridades e personalidades políticas. Além de Julianne Moore, Whoopi Goldberg e o prefeito da cidade de Nova York, Michael Bloomberg, fazem parte da campanha.

“Sou Julianne Moore e sou nova-iorquina. Todos temos o direito de casar com a pessoa que amamos. Por favor, junte-se a mim apoiando a igualdade do casamento para os nova-iorquinos”, diz a atriz em um dos vídeos que será exibido no início de 2011, data em que possivelmente haverá uma nova votação do Senado do Estado de Nova York para aprovar a lei do casamento entre homossexuais.

“Minhas Mães e Meu Pai” será distribuído pela Imagem Filmes e chega aos cinemas do Brasil em 12 de novembro.

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