“Donkey Xote”

Estreou essa semana nos cinemas brasileiros a animação “Donkey Xote”, produção espanhola baseada no famoso personagem de Miguel de Cervantes, o cavaleiro errante Don Quixote de la Mancha. A trama conta a aventura seguinte a aquelas narradas no livro original.

O segundo filme de Jose Pozo (cuja estréia no cinema foi a também animação “El Cid: La Leyenda”) tem pontos positivos e negativos. Quanto a estes últimos, destaca-se a tentativa (não completamente frustrada) de se aproveitar do sucesso da trilogia “Shrek”, e em especial do seu personagem Donkey (daí o título), para ganhar apelo – a cópia do burrinho Rucio é assumida (chegando a ser mencionada ao início do filme) e, apesar da graça de Rucio, a comparação é desleal. Outro problema do filme é que o humor inteligente e as várias referências à história original de Don Quixote podem passar em branco para as crianças.

Isto é, no entanto, um ponto bem positivo para os adultos, já que boa parte da graça do filme está nessas piadas. O desenho em si também é um ponto forte, com traços interessantes e que prendem a atenção, mesmo se a história em si é um pouco previsível (mas não completamente – há surpresas agradáveis).

Resumindo, o problema de “Donkey Xote” é que não se decide se quer ser um filme para crianças ou adultos – ou falta a Jose Pozo a competência de conseguir o meio-termo hilário que a trilogia “Shrek” faz tão bem. Mas o filme diverte e agrada, em especial pelo retrato menos tresloucado e mais sonhador de Don Quixote.

 

 

Curiosidade: ao contrário do habitual, a dublagem brasileira de “Donkey Xote” é muito boa! Vale a pena.

Artigos Relacionados


Comentários