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É impossível pensar em pin-ups sem lembrar de Bettie Page. Com uma carreira relâmpago, Bettie polemizou o mundo em plenos anos 50.

“The Notorious Bettie Page”, dirigido por Mary Harron - que também dirigiu o fantástico “American Psycho” – é uma espécie de biografia. O filme conta a história de Bettie, uma boa menina cristã do sul que era molestada pelo pai e cuja mãe a proibiu de sair de casa até o casamento. Bettie então se muda para Nova York e acaba se tornando a mais bem sucedida pin-up de sua época, e um mito tantos anos depois.

Bettie nada mais era que uma linda garota com aspirações de atriz e um corpo pra lá de voluptuoso. Logo no início é influenciada a fazer fotos e acaba, um tanto inocentemente, caindo no mundo da pornografia, abusando de fetiches – couro, saltos enormes, meias e um ambiente burlescamente sadomasoquista. E é nesse ambiente underground que ela se destaca.

As fotos da “garota da figura perfeita”, como ficou conhecida no início, eram vendidas por um bom preço e logo apareceram clientes pedindo poses lascivas, cenários e acessórios específicos. Ela ganhou então um novo título: “The Bondage Queen”.

O filme conta com muitas fotos e cenas de filmes da época que, vistas hoje, parecem mais engraçadas do que eróticas. Mas é Bettie Page. Inocente e pervertida, ela é avassaladora de qualquer maneira.

A atriz Gretchen Mol (de “Os Indomáveis”), com o corte da franja que era marca registrada de Bettie e com lentes de contato, é Bettie Page. Não somente pela semelhança física do rosto e das medidas do corpo, mas seus traços de personalidade e gestos são perfeitos. Vale também pela trilha sonora fantástica.