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Ainda dá tempo, para aqueles que não tiveram ainda a oportunidade de assisti-lo, de conferir “Um Homem Bom” (no original, “Good”), belo filme estrelado por Viggo Mortensen e dirigido pelo brasileiro nascido em Viena Vicente Amorim, que está em seus últimos dias na tela grande.

O filme gira em torno do professor universitário e escritor John Halder (Mortensen), o “homem bom” do título, que vê sua vida medíocre e repleta de problemas domésticos virada de pernas para o ar com a ascenção do nacional-socialismo na Alemanha pré-Segunda Guerra Mundial e com seu envolvimento com sua aluna Anne (a jovem Jodie Whittaker).

Com muito tato e sutileza (principalmente no relacionamento de Halder com seu amigo judeu Maurice, interpretado por Jason Isaacs, muito bem no papel), a trama vai sendo conduzida por Amorim de forma delicada através dos acontecimentos cada vez mais trágicos e violentos da Alemanha nazista. Além disso, ajuda muito a interpretação marcante de Viggo Mortensen (o Aragorn, de “O Senhor dos Anéis”, que também já brilhou em filmes recentes como “Marcas da Violência” e “Appaloosa”, este nos cinemas).

E convém ficar atento às incursões das músicas de Mahler (compositor clássico judeu) ao longo do filme. Um toque de mestre em meio a esta viagem da acomodada inocência até o abrir de olhos final.

Curiosidade: Vicente Amorim, que também dirigiu “2000 Nordestes” e “O Caminho das Nuvens”, é filho do ministro brasileiro Celso Amorim.