A Mudança de Sexo de Nicole Kidman

Calma, leitores! Esse é apenas o papel que a atriz desempenhará no filme “The Danish Girl” (ainda sem título em português), filme dirigido por Anand Tucker (dos elogiados “Quando você viu seu pai pela última vez?” e “Garota da Vitrine”) que deve estrear nos cinemas mundiais no segundo semestre do ano que vem, já pensando no Oscar de 2010 (que premia os melhores filmes de 2009).

O seu roteiro é adaptado (por Lucinda Coxon, de “Meu Amor Minha Perdição”, de 2002) de um romance de David Ebershoff, o qual por sua vez é baseado em uma história verídica, a do casal Wegener – Einar (Nicole Kidman, travestida de homem) e Greta (Charlize Theron) – dois artistas dinamarqueses. Um dia Einar veste-se de mulher para servir de modelo para um quadro da esposa, e tal foi o sucesso que Greta acaba por encorajá-lo a adotar esse novo “visual”. Einar Wegener ficou famoso por, em 1931, ter sido a primeira pessoa a fazer uma cirurgia para mudança de sexo, escandalizando e mostrando uma nova realidade ao mundo.

Além da trama interessante e das duas atrizes extremamente competentes e belas interpretando o casal Wegener, Tucker ainda brinca com o jogo mulher-vestida-de-homem-vestido-de-mulher. Parece uma aposta certa para o ano que vem.

Curiosidade: outra evidência de que “The Danish Girl” é forte candidato a indicações ao Oscar é o papel de Kidman. Há a antiga lenda-piada no meio cinematográfico que, para se conquistar o Oscar de Melhor Atriz, tem-se que protagonizar filmes sobre a Segunda Guerra Mundial ou interpretar papéis que transfigurem completamente a atriz, geralmente bela. Não à toa, a detentora atual do posto, a francesa Marion Cotillard, recebeu a estatueta por interpretar Edith Piaf, em todas as suas – cada vez mais feias – fases, e as duas protagonistas de “The Danish Girl” foram oscarizadas por papéis que significativamente as desvalorizavam fisicamente: Kidman por “As Horas” e Theron por “Monstro”.