Matheus von Krüger
por Lucas Sigaud em novembro 8, 2008Zero Comentários =( Publicado em Destaque, Entrevista, Música
Matheus von Krüger () é um violonista, cantor e compositor, cujo estilo é difícil de rotular devido a sua abrangência e suas diversas influências, que vão do jazz ao forró, passando pelo samba, pela salsa, pelo soul, e por muitas outras paradas no caminho. Não à toa ele diz que é um camaleão, “um e um milhão”. Essa pluralidade é um reflexo também de sua vida: vindo de uma família mineira, nasceu na Bahia e já morou em Belém, São Luiz, e até mesmo na Nova Zelândia, antes de se fixar no Rio de Janeiro. Já passou por grupos de forró, samba e jazz, antes de criar o seu trabalho autoral (no CD “Outros Tempos”) montar o seu show de “groove verde e amarelo”.
E o show de Matheus é algo difícil de descrever. Acompanhado por uma banda afinadíssima e entrosada, formada por Piero Grandi (guitarra), Leandro Vasques (baixo), Renato Santoro (bateria) e Fred Alves (percussão), suas apresentações são ao mesmo tempo focadas e espontâneas, fazendo música séria enquanto diverte a audiência.
Seu último show, mês passado no Estrela da Lapa, foi um exemplo disso. A qualidade das músicas, aliadas à maestria dos músicos e uma postura que combinava foco e descontração, nos deixam com aquela sensação de que todos deveriam estar ouvindo aquilo. Com muito fôlego e carisma, o “camaleão” conquistou seu público, não importando qual o estilo musical pelo qual a música que estava tocando no momento se enveredava – na tradição dos melhores compositores, Matheus engloba esses estilos todos e deixa a sua marca neles. E nós, na platéia, agradecemos!
Com a mesma simpatia que exibe em cima do palco, Matheus von Krüger recebeu o OutraCoisa para uma entrevista descontraída, agradável como um bate-papo numa mesa de bar.
Entrevista com Matheus von Krüger
OutraCoisa: Para começar, eu queria que você falasse um pouco de como você começou, como músico, cantor, compositor…
Matheus von Krüger: A música chegou cedo pra mim, porque na minha casa todo mundo é muito musical: meu pai, minha mãe, a mãe dela era musicista, tocava piano, bandolim… Então a presença da música sempre esteve muito forte. Só que, além disso, a música pra gente sempre foi uma coisa muito social, de reunir as pessoas. E o meu intuito de tocar música – na verdade o intuito do meu pai ao me colocar numa aula quanto eu tinha nove anos de idade – era mais pra isso mesmo, pra inserção social, pra unir, etc., e quando eu me vi, eu pensava as coisas a partir da arte, e a minha forma de arte sempre foi a música. E por ter morado em muitas cidades diferentes, eu via que as diferenças são todas as possíveis e que tudo tem a sua verdade e a sua beleza, e era com a música que eu conseguia chegar até a verdade dos lugares. Nas manifestações mais populares você vê essa verdade, tinha música ali, entendeu? E o profissional veio depois, e bem naturalmente, quando, depois de muito freqüentar forró, um maluco me chamou para montar uma banda de forró – e ele falou que eu ia ser o cantor. Aí eu disse “Que isso, cara, eu não sou cantor não. Eu faço música.” Eu já tinha composto uma música que foi importante [“Lua Clara”], o pessoal do forró gravou e ficou conhecida, até gravei no meu disco, de tão importante que ela foi pra mim. Aí eu entrei nessa banda e comecei a cantar, fazer shows mesmo, mas ainda assim eu não me convencia muito que eu era um profissional, mesmo já ganhando dinheiro, cantando pra públicos de números razoáveis… Eu só me convenci mesmo quando eu li no jornal um anúncio de um show nosso falando “Matheus, cantor e compositor, estará se apresentando (…)” – aí eu pensei “É, eu realmente sou cantor e compositor, não tem muito jeito…” [risos].
OC: Você falou das não sei quantas cidades em que você morou quando era mais jovem, e uma coisa facilmente notável em você, e no show que você vem apresentando ultimamente, é que você possui uma gama enorme de influências. Dá pra perceber influências de música cubana e latina de modo em geral, tem um pouco de rock, um pouco de jazz, forró… Como você conseguiu juntar isso tudo e fazer funcionar?
MvK: Pois é, isso é um desafio constante pra quem tem muitas influências e é compositor, alguém de criação. Não é como você fazer um show com músicas conhecidas com diferentes estilos, dentro de um mesmo show. É você fazer um show de músicas não conhecidas de diferentes estilos, e fazer daquilo uma coisa só. Uma coisa que eu acho que fez gerar essa pluralidade, além de eu ter morado em vários lugares, é olhar pra coisa como um todo, sem preconceitos com o diferente. Quando eu morei na Nova Zelândia eu toquei muito jazz e, quando eu percebi, eu podia ser considerado quase um jazzista – mas em compensação eu nunca me deixo ser nada completamente, até porque eu gosto de preservar essa diferença. Já a música cubana foi uma coisa muito intensa. Eu fui assistir “Buena Vista Social Club” e quando eu saí do filme parecia que eu olhava pras pessoas na rua e as pessoas estavam diferentes, por conta de um filme que eu vi de Cuba, feito por um americano, um negócio muito forte mesmo. Então é a questão do ritmo musical: todos os ritmos, quando eles são legítimos, são fortes e me pegam. Basta você manter no show a linha de como você é tocado pela música– como eu fui tocado pela música, eu tenho que tentar tocar as pessoas da mesma forma, passar adiante aquilo. Então, independente do estilo, se você está fazendo isso dessa maneira, a unidade está aí.
OC: Pois é, o seu show é muito variado, com vários pontos diferentes, e o público responde a praticamente todos os estilos que você está tocando lá. O pessoal que está dançando forró é o mesmo que depois está gingando com a música cubana…
MvK: É, o público responde mesmo, é impressionante.
OC: Deve ser um inferno quando alguém te pergunta “Que estilo você toca?”.
MvK: Isso é muito difícil. Na verdade, quanto menos eu falo, melhor, porque acho que tem também uma coisa de hoje que é essa necessidade do rótulo. E não é só pra música, é pra pessoas também, elas precisam saber com quem estão falando, e isso eu acho uma coisa muito rasa – você acaba perdendo as nuanças das coisas. E a questão do mercado é a mesma coisa; um dos meus espelhos são essas figuras da MPB: Gil, Caetano, Chico, Milton, etc., e esses caras são vários, né? A obra deles mostra isso, que o que importava não era o estilo, mas o que eles queriam dizer e a forma como eles diziam aquilo. Então eu acho que hoje em dia é ainda mais difícil do que naquela época, porque hoje os nichos são mais fechados ainda, as pessoas não se comunicam tanto.
OC: E às vezes tem um preconceito muito grande das pessoas com outro estilo de música, abrir a cabeça para conhecer uma coisa diferente, que tem qualidade… e no fundo elas poderias gostar de tudo aquilo que está sendo apresentado.
MvK: Cara, na verdade elas gostam, se despirem-se de preconceitos de rótulo. Se elas gostarem de uma música elas vão gostar da outra, e às vezes se não gostou da música, é porque não gostou da forma como ela foi apresentada – porque não é só a canção, é tudo: são os instrumentos que estão tocando ela, são as pessoas que estão tocando os instrumentos… Eu estou com minha banda há um tempo já, então tem um som de banda mesmo – eu começo com um sambalanço e logo em seguida eu toco uma coisa mais dançante, mas que não tenha ritmos mais característicos, e dali eu vou pra um reggae e do reggae eu vou pra uma salsa, e são todas músicas minhas – então já existe uma unidade. Se a pessoa escutar a música e deixar se levar pelo ritmo e pelo que está sendo dito ali, não existe rótulo que segure o balanço. Acho que é mais por aí mesmo. O difícil é vender né? Vender esse show é difícil. Acho que aos poucos a gente vai conseguindo, porque um amigo leva o outro, o clima é bom, não vai pelo rótulo e sim pelo ambiente.
OC: O público que vai aos seus shows, de modo geral, é bastante grande, que se empolga e curte muito. Como é a sua relação com o público?
MvK: Cara, eu preciso de público, é o meu combustível. Eu sou melhor quando o público é melhor. Todo artista deve ser assim, mas ao contrário da inibição, eu sou pra fora – quanto mais gente, melhor. Então eu gosto de ensaiar muito, para poder estar ligado no público e poder responder a ele com naturalidade ali, na hora. A minha escola é daquele voz-e-violão na sala, com as pessoas próximas, e eu tento passar isso para o público. Se tem alguma coisa acontecendo ali na platéia, eu vou retornar, eu vou cantar diferente aquela mesma música que eu cantei ontem. A platéia influencia muito pra mim.
OC: Isso dá pra perceber. Você tem tocado uma música nova ao vivo, “Um e um milhão”, ótima por sinal…
MvK: É, eu gosto muito dela também! [risos]
OC: …Ela já é parte de um disco novo?
MvK: É. E essa música é muito importante conceitualmente pra mim, porque foi meio que um desabafo para as críticas que eu recebi por ser plural. Eu falo “Eu sou do mundo / estou sempre em movimento / parado eu não agüento / acho que sou camaleão”. Eu comecei com essa frase, que é descontraída, mas no final eu peço a “dissolução da velha opinião / e de todo achismo que desfoca a visão / de que cada um é um e um milhão”. Somos vários mesmo, e quem se diz uma coisa só está perdendo a chance de ser muito mais, entendeu?
OC: Eu acho que você tem toda a razão. Se formos olhar para o cenário musical brasileiro você já mencionou vários exatamente assim, e o internacional também tem vários exemplos – para citar dois dos maiores: Beatles e Bob Dylan, dois artistas com milhões de facetas diferentes…
MvK: Certamente!
OC: …e são grandes justamente por isso, por conter todas elas.
MvK: Era isso que eu ia falar – eles não são grandes e são isso, eles são isso, e muito por conta disso, eles são os grandes. E, além disso, outra surpresa que eu tive com o “Um e um milhão” foi uma união muito importante com meu grande parceiro atual Rafael Gryner, que é um cara que se juntou com idéias complementares. E ele é técnico de som, além de músico, e ele a gravou no estúdio em que ele estava trabalhando, de uma forma que eu quero que seja no disco: uma coisa que seja pensada, mas que tenha margem de erro mesmo, tipo “Ah, isso aqui funcionou, isso aqui não funcionou, vamos tentar fazer de novo de outra maneira”. No primeiro disco eu não tive essa possibilidade, era tudo numa tacada só por conta de dinheiro, os músicos que tocaram no meu primeiro disco são mais que estabelecidos. Mas, em compensação, a execução, apesar de perfeita, eu não podia contestar, não dava tempo de contestar. Então esse disco eu quero que seja dessa maneira, vou pensar num conceito, mas vou fazer experimentações. E quem puder ouvir “Um e um milhão” vai ver que eu fiz percussão de corpo na primeira parte, na segunda coloquei a banda, e ao mesmo tempo não ficou uma maluquice, ficou uma coisa bem coerente. Aí, a partir do “Um e um milhão”, eu percebi que eu tenho duas possibilidades de comunicar pela música que é: uma com a banda, com uma sonoridade fechada, um conceito mais claro, onde eu não tenho tanta liberdade, porque nos arranjos cada um cumpre o seu papel, e eu tenho essa coisa do voz-e-violão, que é como eu componho as músicas e como eu me apresento a priori. Então eu estou pensando em fazer um disco tipo lado A/lado B, mas onde nenhum dos dois é o A e nenhum dos dois é o B, é só um disco que vai ser seis músicas baseadas no voz-e-violão, aí vai entrar o “Um e um milhão” que começa nesse estilo e depois entra a banda, e a segunda parte do disco toda com a banda. Aí fica a primeira parte mais livre, com convidados e solistas, e a segunda com a banda mesmo com a sonoridade fechada. Tomara que dê certo!
OC: Parece ótimo. E a banda que você vai usar é a mesma banda que acompanha você já nos shows, o “Molho”?
MvK: Exatamente. Isso é uma coisa que tem que se falar: eles são meus amigos e não recebem o tanto que merecem, eu não ganho dinheiro porque todo o dinheiro que eu ganho eu dou pra eles, mas é muito pouco. O cenário da música autoral no Rio é complicado, porque eu tenho a impressão de que não tem uma “classe média” da música no Rio – ou você é o artista estabelecido ou toca samba, que é uma alegria aqui no Rio, tem muito trabalho, a Lapa ferve, etc., ou você fica nesse lugar que não tem muito dinheiro, não tem muito público, as pessoas que vão assistir geralmente ou são pessoas próximas ou pessoas que gostam de coisa nova, e não necessariamente essas pessoas são aquelas que têm dinheiro para pagar um ingresso mais caro. Então essa galera que está comigo eu tenho que ficar com eles o máximo que eu puder, até porque se der mais certo, se a música for pra frente, se tiver um reconhecimento e um retorno financeiro, eu quero que eles estejam comigo.
OC: E aí ainda teria uma vantagem associada – a sonoridade do seu show vai ser bem mais próxima da sonoridade do disco, pelo menos nessa segunda metade, porque no primeiro não funciona exatamente assim: o disco tem um som mais refinado, mais trabalhado, não é o som do show, que é um som bem mais empolgante.
MvK: Exatamente, cara. Excelente comentário. Hoje em dia isso é mais normal, você ter um pouco mais de distância entre o disco e o show. Mas em compensação eu não gosto tanto dessa idéia, eu prefiro que seja uma coisa mais fiel, porque o produto não é mais o CD, o produto é o show. Como o CD deixou de ser um produto e passou a ser um convite, que esse convite seja para visitarem o show, que aí se visita o artista ao mesmo tempo. Eu quero uma coisa mais próxima, sem dúvida.
OC: Como você formou essa banda atual, que já está com um entrosamento muito grande?
MvK: O integrante mais antigo da banda, que é o Piero, é um cara que eu conheci quando eu voltei da Nova Zelândia, e o nosso elo foi o jazz. Aí quando eu tive a banda de forró eu o chamei pra tocar baixo na banda, ele era meio gringo no baião [risos], mas eu o trouxe porque era amigo. Ele pegou o jeito, claro, e nós seguimos adiante. E nesse momento, que eu estava compondo muito pra forró, saíram várias músicas que não eram forró. Aí, quando eu vi, eu tinha músicas de qualidade, que eu queria mostrar, mas não podia ser uma coisa fechada, entende? Nesse momento, eu e o Piero decidimos montar uma banda, e chamamos dois amigos entre si, o Felipe e o Luís, que já tocavam juntos há muito tempo – o nome era Molho Madeira, porque a gente queria tocar tudo de madeira: percussão, baixo acústico, violão e guitarra semi-acústica. Só que essa idéia do “madeira” foi embora rápido porque a sonoridade não era essa, era meio forçar a barra. Essa banda durou bastante tempo, quer dizer, muito tempo na minha cabeça [risos], durou quase três anos. Aí o Luís foi ser cineasta no Ceará e o Felipe teve filho e começou a trabalhar com fotografia. Então eu chamei dois amigos meus da UNI-Rio, já profissionais da música, pra montar a banda: o Renato e o Leandro. O Leandro é um maestrão assim, muito novo, mas toca com muita gente desde muito cedo. Com essa banda a gente chegou num som que eu gostei muito, e que a platéia parece, pelo retorno, também ter gostado – foi quando a gente teve um salto de público. E mais para frente a gente chamou um percussionista, que é o Fred, para caracterizar melhor esses ritmos mais tradicionais, como a salsa cubana, o samba, o xote, e até mesmo o rock, que tem características de percussão que às vezes as pessoas não consideram.
OC: Nos seus shows, você costuma tocar muitos covers diferentes, faz uns jams no meio das músicas… Como é o processo de seleção desses covers?
MvK: Eu vou a partir do estilo das minhas músicas, tem as minhas influências… No caso da salsa que eu fiz [“Son da Espera”], eu queria colocar uma salsa cubana mesmo pra andar junto com ela. E esse momento da salsa ficou tão forte no show que eu coloquei mais uma música, “De qué callada manera”, que é uma letra do Chico Buarque e uma música do Pablo Milanés, que é cubano. Mas, fora isso, eu sempre prezo por cantar os artistas que eu acho legais, o Lenine, o Caetano… Eu toco uma de um compositor uruguaio chamado Jorge Drexler – eu queria fazer um link com a América Latina, porque a gente fica meio isolado por conta da língua, mas basta fazer uma forcinha. Eu não falo nenhuma palavra de espanhol “aprendido”, eu ouço uma música e vou buscar saber o que quer dizer, e não é difícil. A gente perde às vezes muita coisa boa que está ali do nosso lado, mas não chega, né? Chegam mais as músicas em inglês…
OC: ou Shakira! [risos]
MvK: ou Shakira! [risos] Exatamente!
OC: Nos seus trabalhos de composição dá para perceber, seja através do disco ou dos seus comentários durante os shows, que você tem vários colaboradores, e curiosamente nenhum deles é da banda. Como surgem essas colaborações?
MvK: Tem umas que surgem naturalmente, como eu e meu primo, que é um dos letristas principais do CD. Ele é meu primo, nós estamos na música, assim como na vida, juntos. E o outro parceiro do meu primeiro disco foi o Muri Costa, que foi meu professor de violão e começou a gostar das músicas que eu mostrava pra ele, que eu fazia sozinho ou com outros parceiros, e ele se convidou para ser o produtor do meu disco, que eu não tinha imaginação de fazê-lo naquele momento. Ele falou “Vamos fazer um disco seu, cara, você já tem música pra isso”, e eu falei “Não, ainda não”, e ele “Vamos fazer, a gente passa um ano compondo, toda quinta-feira e aí a gente faz o disco, a gente chama alguém pra fazer as letras” – aí eu imediatamente já tinha o Roger (o fotógrafo Rogério von Krüger), meu primo, para fazê-las. Essa tríade de composição aconteceu assim, meio naturalmente, meio com esse objetivo de compor para um trabalho. E é interessante que como foram feitas as músicas num período de mais ou menos um ano, tem vários temas, de amor principalmente, que se repetem porque eu estava vivendo um lance ali naquele momento, e são diferentes dos temas que eu estou fazendo hoje, que são mais abrangentes, imagino até que mais maduros. Os meus parceiros de hoje são parceiros que eu já convido de forma diferente – certamente são meus amigos, ou pessoas com quem eu gosto de estar, mas são pessoas com obras, trabalhos já feitos, que eu olho para o trabalho dos caras e penso “Quero ser parceiro dos caras”.
OC: Além desse projeto futuro, do CD, o que mais você tem feito?
MvK: Eu tenho tocado com um guitarrista, chamado André Siqueira, que é uma figura muito impressionante, um cara muito bom, muito novo, que já tocou com a Roberta Sá. Um dia tocando em casa a gente se conectou musicalmente e foi muito impressionante como deu certo. Ele, por ser muito bom, pensar muito rápido, encaixou onde tinha espaço vazio na minha execução, e então a gente está fazendo esse show de voz, violão e guitarra, em bares e restaurantes, lugares que deixam a gente tocar assim o que a gente quiser. Geralmente o som não é pra se escutar música, mas quem quiser, dá pra escutar. A gente tem tocado muito num lugar chamado Gibeer, que é uma cervejaria pequenininha no Jardim Botânico, mas é um trabalho que eu acho que vale a pena. E toda semana [terças-feiras] eu toco samba numa boate [The House], para me manter perto do mercado do Rio de Janeiro, e é um lugar interessante que é mais para gringo. Então eu tenho tocado semanalmente nesses dois lugares, e com a banda eu vou fazer shows mais espaçados, mas com uma produção um pouco maior e melhor, como foi a do último show no Estrela da Lapa, para ver se vão outras pessoas, dá uma reciclada.
OC: Seu público é bastante fiel…
MvK: É, tem um público que sempre vai, e sem eles não tinha jeito. Mas o ideal é abranger um pouco mais, conquistar mais gente.
OC: Para terminar, uma mensagem final sua, para quem quiser assistir aos seus shows, comprar o seu disco…
MvK: Para os shows, é ficar atento no e no site, está sempre anunciando lá (Não esses shows menores tipo voz-e-violão ou samba). E neles tem um link para o site onde vende meu CD. E principalmente ir aos shows, quando anunciar Matheus von Krüger e banda, é porque é o show com a banda mesmo, com as músicas do CD, algumas novas, etc., e eu certamente estarei vendendo o disco. E é no show que eu acho que as pessoas entendem o que eu quero dizer com tudo isso que eu falei aí. [risos]