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Menina Morta Mais Viva Que Nunca

“A Festa da Menina Morta”, estréia do excelente ator Matheus Nachtergaele na direção, acaba de receber, no Festival Internacional de Chicago, o prêmio de melhor filme da seção ‘Novos Diretores’. É o nono prêmio recebido pelo filme, e o primeiro em terras internacionais.

Antes disso havia sido o grande vencedor do Festival de Gramado, com seis prêmios, e Matheus recebeu o prêmio Redentor do Festival do Rio de Melhor Diretor, onde Daniel de Oliveira (“Cazuza”) ainda recebeu o prêmio Redentor de Melhor Ator. A novidade é que é o primeiro que era disputado em âmbito internacional, o que confere mais importância (e méritos) à conquista. O elenco conta ainda com Jackson Antunes, Cássia Kiss, Paulo José e Juliano Cazarré.

A trama gira em torno de Santinho (interpretado por Daniel), alçado à condição de líder espiritual a partir de um suposto milagre realizado por ele, após o suicídio de sua própria mãe. Passado em uma comunidade ribeirinha do alto Amazonas, o filme procura pintar um retrato daqueles que se envolvem na seita criada em torno de Santinho, e da capacidade humana em criar a sua fé e buscar um sentido diante de seu medo da morte.

Matheus contou, em debate realizado no dia 29 de outubro, que teve a idéia para “A Festa da Menina Morta” durante as filmagens de “O Auto da Compadecida”, quando “(…) fui a um forró que era, na verdade, um ritual de adoração aos farrapos do vestido de uma menina que havia morrido. Perguntei as pessoas sobre o significado daquele milagre e elas respondiam: ‘Acharam o vestidinho, ué! Acharam o vestidinho!’. Isso é a síntese da religião para mim, acreditar no que a gente quer, e o brasileiro tem uma capacidade infinita em criar mitologia”.

Curiosidade: Um aviso aos espectadores, para quando o filme estrear no grande circuito (ainda sem data marcada) – o filme tem um lado bastante pesado, e em um dos seus momentos mais controversos (a cena de sexo entre Santinho e seu pai), várias pessoas saíram da sala de exibição em Cannes.