“Uma Linda Mulher”
por Rita Franco em outubro 17, 2008Zero Comentários =( Publicado em Orgulho Nerd
Como começar um artigo sobre “Uma linda mulher” (“Pretty Woman”, EUA, 1990)?
Dizer que é um “conto-de-fadas” moderno parece chover no molhado, cair na mesmice.
Mas o filme é isso mesmo. Um conto-de-fadas moderno.
Alguns críticos usam tal expressão para diminuir a beleza e a qualidade do longa. Só que, ao contrário do que alardeiam por aí seus detratores, “contos-de-fadas” (modernos ou não) não são sinônimos de “histórias sem história”.
Uma fábula pode possuir (e normalmente assim o é) muita riqueza.
No filme, Edward Lewis (o maravilhoso Richard Gere, de “Noites de Tormenta”) é um executivo muito bem-sucedido.
Uma noite ele está passeando por uma parte não muito glamourosa de Los Angeles quando conhece a prostituta Vivian Ward (a lindíssima Julia Roberts), de peruca loira que esconde magníficos naturais cachos ruivos.
Papo pai, papo vem, como ele é um cara de classe, vão para um hotel chique onde Vivian logo de cara mostra ser uma garota esperta e saber se cuidar.
Isso é um ponto a ser considerado, que diferencia o filme de uma gama infindável de histórias que mostram só o lado agradável sem mensurar conseqüências. Essa é uma cena pouco comentada, mas que merece mais atenção, mesmo porque não torna o filme menos romântico.
Edward é um homem cheio de compromissos e está prestes a fechar um negócio importantíssimo.
Mas é solteiro, vive para o trabalho e os outros negociantes são um tanto quanto conservadores.
Então ele contrata Vivian por uma semana para posar de “namorada”.
A partir daí começa a tranformação dos dois.
Edward passa a entender como autenticidade é importante. E Vivian, com ajuda do gerente do hotel (Hector Elizondo), transforma-se em uma dama, não sem antes ser alvo de preconceitos por parte de uma vendedora da badaladíssima Rodeo Drive, que depois percebe como ser adepta de idéias pré-concebidas pode ser ruim para uma comissionada em uma das melhores cenas do filme.
E o que era somente “negócios” torna-se envolvimento.
Um filme para divertir, sim, para sonhar e sorrir, mas também para mostrar que as aparências (muitas vezes super-valorizadas) podem enganar, que sentimentos podem brotar quando e onde menos se esperam, que muitas vezes tudo o que se precisa é de uma oportunidade e que as pessoas se dêem essa chance (a si próprias e aos outros).
No canal HBO dias 20 de outubro, às 13 h, 26, às 10 h e 30, às 09 h.
E no HBO Plus, dias 20, às 16 h, 26, às 13 h e 30, às 12 h.
Vale rever!