“Última Parada: 174″: Filme e Debates
por Lucas Sigaud em outubro 17, 2008Zero Comentários =( Publicado em Cinema, Destaque
Um dos filmes brasileiros mais aguardados do ano estréia no circuito nacional na próxima sexta-feira, dia 24, após abrir o Festival do Rio 2008 e ser selecionado, com todos os méritos, para representar o Brasil na disputa do Oscar de melhor filme estrangeiro.
“Última Parada: 174”, novo e excelente longa de Bruno Barreto, conta a história de Alessandro e Sandro, cujas trajetórias trágicas – a separação da mãe por parte de um, a morte da mãe por parte do outro – se misturam e se unem para comover o espectador. O filme é baseado na história real do sobrevivente da chacina da Candelária que seqüestrou um ônibus da linha 174 no Jardim Botânico.
Bruno Barreto choca e emociona a audiência ao mostrar a dura e fria realidade dos dois meninos, de um ponto de vista muito humano – e verossímil, sem buscar desculpas ou acusações. E exatamente por promover este tipo de reflexão, um debate foi realizado com aproximadamente 250 jovens, tanto de comunidades carentes (Complexo do Alemão, Vidigal, Rocinha, Providência, Maré, etc.) quanto de alguns dos melhores colégios particulares (incluindo os internacionais, como a Escola Americana, Britânica, Suíça e Alemã) do Rio de Janeiro, além de representantes de ONGs, o diretor e os atores Michel Gomes, Marcello Melo Jr (ambos de “Cidade de Deus”, e que interpretam, respectivamente, Sandro e Alessandro) e Gabriela Luiz (estreando nas telonas no papel de Soninha).
Esse encontro foi organizado em parceria com a UNICEF após a exibição do filme para esta seleta audiência, levantando importantes questões como a violência e as diferenças sociais na cidade.
Curiosidade: apesar de comumente chamado por aqui de oscar de melhor filme estrangeiro, na verdade o nome certo da categoria é oscar de melhor filme falado em língua estrangeira. Com isso, filmes britânicos e australianos, bem como de outras nacionalidades (principalmente os canadenses), podem concorrer às outras categorias da premiação, em vez de ficarem confinadas a apenas essa – basta que o idioma falado na maior parte do filme seja o inglês. “Cidade de Deus”, por exemplo, foi indicado aos Oscars de melhor diretor (Fernando Meirelles), melhor fotografia, melhor edição e melhor roteiro adaptado – mas apenas DEPOIS de ser traduzido e dublado para o inglês (como “City of God”).