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Estréia amanhã o novo e aguardado filme de Walter Salles (co-dirigido com Daniela Thomas, que ainda assina o roteiro, juntamente com Bráulio Mantovani e George Moura), que foi sucesso no Festival de Cannes, intitulado “Linha de Passe”. O filme vem cercado de muito frisson, principalmente após a desconhecida Sandra Corveloni ganhar a Palde de Ouro em Cannes como melhor atriz (apenas a segunda brasileira a conseguir a proeza – antes dela, apenas Fernanda Torres, em 1987, com “Eu Sei Que Vou Te Amar”, de Arnaldo Jabor).

A trama é apenas um retrato de alguns meses na vida, passada na periferia de São Paulo, da empregada doméstica Cleuza (Sandra Corveloni), grávida e pobre, e de seus quatro filhos – o motoboy metido em encrencas Dênis (João Baldasserini), o frentista evangélico Dinho (José Geraldo Rodrigues), o aspirante a jogador de futebol Dario (Vinícius de Oliveira, o menino Josué de “Central do Brasil”) e o garoto obcecado em conhecer o pai Reginaldo (Kaique Jesus Santos) – ilustrando seus conflitos, seus relacionamentos e seus sonhos.

Àqueles que vão ao cinema esperando uma história com início, meio e fim (no sentido de um fechamento, uma resolução), não irão apreciar tanto o trabalho de Salles. No entanto, quem se aproximar do filme de uma forma mais aberta, disposto apenas a se deixar tocar pela extrema sensibilidade com que Salles e Thomas retratam as personalidades (com todas as virtudes e defeitos inerentes a qualquer ser humano) dos cinco personagens principais, certamente sairá do cinema emocionado.

Curiosidade: Aos cults, beats e boêmios de plantão: Walter Salles está neste momento dirigindo nada menos que “On The Road”, baseado no lendário livro de Jack Kerouac. Se todo correr conforme o cronograma, deverá ser lançado nos Estados Unidos em abril de 2009.