Liah
por Davi Lisbôa em agosto 24, 20087 Comentários Publicado em Destaque, Entrevista, Música
1. Liah, você nasceu no Pará, passou a adolescência em Santa Catarina, depois foi pra São Paulo e agora tá no Rio. Como morar em tantos lugares influenciou a sua carreira?
Morei no Pará até os 14 anos, numa cidadezinha do interior,e lá meu contato com a música era mais regional e também com grandes clássicos da musica brasileira, adorava ouvir os discos que meu pai tinha do Cartola, Nelson Gonçalves, Luiz Gonzaga… Quando fui a Santa Catarina, fui estudar violão clássico, mas acabei conhecendo o trabalho de diversos artistas e bandas, e nessa época, onde eu ja compunha musicas pra participar de festivais, vi que a musica era muito mais abrangente. Morei lá até os 18 e tive a minha primeira banda de pop/rock, descobri Legião Urbana, Sheryl Crow, entre tantos outros que com certeza foram importantes pra minha formação musical. Morar em São Paulo, foi uma decisão arriscada, mas eu já sabia que queria viver de musica, foi um momento difícil porque estava ali sozinha e não conhecia ninguém, e sem grana… Mas chegando la me virei mandando minhas musicas pra outros artistas gravarem, então vi o outro lado do show businnes, conheci diversos produtores e adquiri experiência com estúdio, ja que tinha que arranjar minhas musicas pra enviar pra eles. Alem de São Paulo e Rio morei também em Belo Horizonte! rs Minha música é uma extensão do que sou, então é claro que todas essas cidades me influenciaram de alguma maneira. Cada lugar tem sua energia, seus cheiros, seus gostos e sua história, apesar de concordar que música é universal, posso dizer por exemplo que ouvir bossa hoje morando no Rio, faz muito mais sentido pra mim.
2. A dupla Sandy & Júnior gravou uma música sua (“Desperdiçou”). Como foi esse contato? Qual foi a sensação de ouvir a sua música nas rádios e ver ela na TV (Eles até fizeram um clipe da música, né?)?
Foi muito bacana, além dessa, gravaram outras músicas também. A primeira a tocar no rádio foi uma musica chamada “Nada é por Acaso”. E foi 1 ano depois de eu ter me mudado pra São Paulo, num momento em que eu ja estava quase desistindo e voltando pro Pará. E ver o sucesso da música com a dupla me incentivou a continuar ali, apesar das dificuldades…
3. Essa música no seu show tinha um toque latino. A música sempre foi assim e eles deram uma cara mais pop ou o toque latino foi só pro show?
Quando compus a musica, o arranjo tinha uma referencia total Carlos Santanna. rs Mas não tinha congas e toda essa latinidade. É que no show, eu adoro mudar, e tocar as mesmas músicas de varias maneiras, abusar das possibilidades que ela pode oferecer.
4. Do pop ao rock. O seu segundo CD “Perdas e Ganhos” tem uma pegada mais pesada, mais rock n’ roll. Por que a decisão de fazer um disco mais pesado e quais foram as bandas e/ou artistas que serviram de influência nessa fase?
Eu estava morando em BH, e tinha acabado de participar da produção de um disco de rock de uma banda meio mineira, meio paulista, chamada código B. Por conta disso, eu que me considero uma artista híbrida, de influencias musicais diversas, nessa época estava ouvindo muito rock de algumas bandas como Foo Fighters, Audioslave, Radiohead e Oasis. E além disso, o produtor desse disco foi Marcelo Sussekind, que dispensa comentários… hehe
5. E quais as suas influências fora do rock?
Algumas eu já citei na primeira pergunta, mas posso citar inúmeras outras aqui: Caetano veloso, Marisa Monte, Cassia Eller, Steve Wonder, Fiona Apple, Nelly Furtado, Tim Maia, Bob Marley e muita gente que provavelmente to esquecendo agora…
6. E quais são aquelas bandas e/ou artistas que você gosta, mas tem vergonha de contar em público porque todo mundo faz careta quando você diz que gosta?
Eu não tenho vergonha de contar, mas muita gente faz careta quando admito que gosto de forró, o forró de Elba Ramalho, Luiz Gonzaga, Bastinho Calixto…
7. No show no Letras & Expressões que assisti, pude notar uma ar bastante particular nas suas letras. Conte um pouco sobre o seu processo de criação.
Geralmente componho a melodia primeiro, pra escrever a letra as vezes demoro semanas, as vezes nem 10 minutos… Não tem muito mistério, escrevo sobre o que vejo, penso, imagino, desejo, e também sobre fatos que repudio ou me assustam, de alguma forma me causam fruição. Mas na grande maioria, minhas letras são positivas, eu me considero uma pessoa positiva. Para pensar no que escrever, procuro sentir antes o que a melodia ta contando, se ela é mais densa, triste, feliz…
8. E como conheceu os músicos que te acompanham nos shows?
Conheci o Dan Sebastian (direção musical, teclados, percussão e produtor do disco Livre) na gravação do meu segundo disco, ele me apresentou Fábio Lima (guitarra), e Rike Frainer (bateria) que me apresentou o Marcelo Penner (baixo), que infelizmente nos deixou porque foi estudar na Alemanha. Atualmente estou a procura de um baixista!
9. Mês passado você assinou contrato com a Som Livre. Como foi assinar com uma grande gravadora?
A alma desse disco é livre, eu havia saído da Emi (major) e decidi produzir o proximo disco independente, com mais calma, sem prazos, nem pressões. E todo o processo criativo foi delicioso, acho que consegui misturar ali todas as minhas influências musicais. Descobri que ser independente tem vantagens e desvantagens como tudo na vida, é mais difícil você conseguir espaços pra divulgar seu trabalho, mas também novas portas se abrem. Por outro lado, muitos fãs de regiões mais distantes reclamavam porque não conseguiam comprar meu disco pela internet, o frete deixava o CD caro. A Som Livre apareceu com uma proposta bacana, e eu fico feliz por saber que meu disco vai estar nas lojas em Outubro.
10. Como você vê o cenário fonográfico atualmente?
Essa situação em que disco nao vende mais e que a venda de mp3 está crescendo, mais ainda é algo pequeno dentro do nosso país, desnorteia um pouco o futuro do mercado fonográfico. Os artistas até se mantem com os shows, mas e os compositores, músicos, arranjadores, produtores,enfim, todos os que participam da criação da obra, como vão ser remunerados de uma maneira justa pelo seu trabalho? Eu sinto que nós que trabalhamos com música nesse momento somos como desbravadores, não sabemos direito o que está por vir, mas acredito que uma hora o caminho para que as coisas se normalizem aparecerá.
11. Vinil, CD ou mp3?
Dificil escolher… Acho o charme do barulhinho do vinil incomparável, no carro adoro CD, é onde tenho minha melhor referência pra ouvir algo. E em qualquer lugar, o mp3 é prático!
12. Você se identifica com a cultura nerd?
Acho que posso me considerar uma quase nerd, existe isso? hahahaha
Adoro ler, aprender coisas novas, e sou um tanto viciada em filmes… A internet é pra mim uma das melhores invenções, eu a uso bastante pra descobrir novos sons, pesquisar sobre o mundo, fazer trabalhos da faculdade, pra ter contato com fãs, falar com amigos… Ah! E eu ja conhecia o site de vocês, acho que sou um pouco nerd sim.
13. Para finalizar, gostaria de mandar algum recado para os seus fãs que acessam o OutraCoisa?
Bom! Eu quero avisar que meu disco vai estar nas lojas em Outubro, com três faixas adicionais que estou gravando atualmente em estúdio! Que a temporada no Letras tá muito bacana, com varias participações, e quem puder ir, ficaremos lá até o dia 02 de Setembro, todas as terças. E queria aproveitar o espaço pra dizer que fiquei honrada com o convite da banda Catedral pra participar do seu DVD em comemoração aos 20 anos de carreira.
Beijooo a todos!
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