“Armênia”
por Bruno Accioly em agosto 12, 2008Zero Comentários =( Publicado em Em DVD
Com o título original “Le Voyage en Arménie” (IMDB), “Armênia” – de Robert Guédiguian – bem poderia, como a maior parte dos filmes europeus, ter o início de sua resenha começada por “É um filme sensível”, mas não é o caso.
“Armênia” é um filme, a seu modo, truculento.
Não tanto por sua narrativa ou linguagem, mas pela ruptura que o roteiro faz com a realidade em favor de sua missão de defender a proximidade entre o Homem e suas raízes.
O filme conta a história da cardiologista Anna, de ascendência armêna, cujo pai é diagnosticado com um problema cardíaco sério e que, depois disso, volta para seu país natal em busca de solidão e do próprio passado.
Anna se vê compelida a ir atrás do pai para encontrá-lo e convencê-lo a tratar seu problema de saúde e, desde o momento em que chega, se apercebe de uma nação e uma língua que não conhece, a despeito de suas raízes.
Profundamente – pode-se dizer até que intencionalmente – demonstrativo a obra trafega junto com Anna por uma série de personagens e situações quase inverossímeis, onde todos se preocupam com sua distância de suas origens.
A atriz Ariane Ascaride (Melhor Atriz no 1º Festival Internacional de Cinema de Roma), por sua vez, faz muito bem o papel, ostentando uma inocência fria e distante no melhor estilo Alice no País das Maravilhas, até que o roteiro explode em uma matiz de novas e loucas cores, explorando o passado da personagem como ativista política.
A chave do filme, contudo, não está tanto numa literalidade sem graça tanto quanto na presença constante do senhor que dirige para ela o tempo todo e do Monte Ararat, este último a raíz das raízes, que é freqüente e insistentemente mencionado na película.
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