“Amor, Sublime Amor”
por Rita Franco em agosto 12, 2008Um Comentário Publicado em TV a Cabo
Um Musical Diferente
“Amor, Sublime Amor” (“West Side Story” – 1961 – IMDB), que passa no canal Telecine Cult às 22.05 h de 13.08, é um grande musical.
Mas também é diferente.
Trata-se de um gênero que foi marca registrada da MGM nas décadas de 30/40/50, quando gloriosos musicais foram filmados (como “Cantando na Chuva”, de Stanley Donen e Gene Kelly, de 1952; os de Busby Berkeley com Mickey Rooney e Judy Garland nos anos 40, Sinfonia de Paris e Gigi, ambos de Vincent Minelli, o primeiro de 1951 e o segundo, de 1958, só para citar alguns).
Só que Amor, sublime amor bebeu na fonte, mas não se limitou a ela.
Para começar, é a versão filmada de um espetáculo que fez muito sucesso na Broadway nos anos 50. Ou seja, é uma peça de teatro que virou filme.
E a história, uma transposição da tragédia shakesperiana “Romeu e Julieta” para as ruas de New York. Ao invés de duas famílias rivais em Verona, duas gangues opostas, uma de americanos, outra de porto-riquenhos. A primeira quer manter seu espaço, a segunda, pretende conquistá-lo. E a música é utilizada para contar essa rivalidade.
No meio surge o amor de Maria, interpretada pela bela Natalie Wood, irmã de um dos componentes dos “Sharks” (os “chicanos”) e de Tony, melhor amigo de Riff, líder dos Jets (os “americanos”).
Surge um amor impossível, porque Maria está prometida para um amigo de seu irmão, Chino. Eles lutam para vivê-lo plenamente, encontram-se às escondidas, inclusive com ajuda de Anita, cunhada de Maria. Mas as brigas, as rixas e a brutalidade estão sempre à espreita. O ódio que contamina as duas gangues e que alimenta a rivalidade entre elas cada vez mais não os deixa enxergar outro tipo de vida que não seja aquele que consideram como sendo “seu”. Não permite que construam outro tipo de vida.
As coreografias foram magistralmente compostas por Jerome Robbins e a trilha inclui “America” e “Tonight”, grandes sucessos populares na época. O encontro de Maria e Tony em um baile é mostrado de uma maneira mágica. A encenação de “America” pelo grupo “porto-riquenho” no telhado é soberba. “Tonight”, cantada por todos em cenas diferentes que compõem uma só, é antológica.
E mesmo conhecendo a história, impossível não se emocionar.
Os créditos dispostos nos muros da cidade, ao fim da projeção, também é algo que fica marcado na memória.
O filme ganhou merecidíssimos 10 prêmios Oscar, incluindo Filme, Direção (para Robert Wise e Jerome Robbins) e atores coadjuvantes, para George Chakiris (como Bernardo) e Rita Moreno (como Anita). Enquanto Natalie Wood foi dublada nas canções, George, Rita e Russ Tamblyn (o Riff), cantaram de verdade. Rita e Russ, inclusive, já possuíam experiência de outros musicais. Russ fez o irmão caçula de Adam (Howard Keel) no musical da Metro ”Sete Noivas para Sete Irmãos” (que merecerá um comentário à parte) e Rita participou de “O Rei e Eu” (da Fox, com Yull Brynner e Deborah Kerr, de 1956) e “Cantando na Chuva”, para mencionar apenas os mais importantes.
Um filme que vale a pena ver e rever.