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Quantas armadilhas não se interpõe entre o diretor de um filme e a possibilidade de contar uma história de uma forma menos clichê?

Julian Schnabel pareceu ignorar todas as armadilhas e não caiu no mesmismo reinante nos filmes que falam de pessoas com efermidades, síndromes e outros problemas de saúde, entregando ao público uma obra autoral, interessante, poética e cheia de honestidade.

“O Escafandro e a Borboleta” (“Le Scaphandre et le Papillon” – IMDB), indicado para quatro Oscars e ganhador de dois Globos de Ouro, foi baseado no romance auto-biográfico de Jean-Dominique Bauby que era editor da revista Elle e, aos 43 anos tem um derrame cerebral.

Bauby acordou somente vinte dias depois, completamente lúcido, mas sofrendo de uma rara paralisia, na qual o único movimento que lhe resta é o do olho esquerdo. Sua terapeuta, Sandrine, descrita por ele como seu “anjo-da-guarda”, o ajuda a se comunicar piscando letras do alfabeto, formando palavras, frases e parágrafos.

Sensível e especial, o filme de Schnabel conta de forma soberba a trajetória de Bauby e suas dificuldades enquanto evidencia a força de vontade do ser humano em circunstâncias extraordinárias.

Além dos prêmios mais conhecidos, o filme também levou o BAFTA de Melhor Roteiro Adaptado, além de ser indicado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro; 7 indicações ao César, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Mathieu Amalric), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição, Melhor Fotografia e Melhor Som; 4 indicações ao Independent Spirit Awards, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro e Melhor Fotografia; e os prêmios de Melhor Diretor e o Grande Prêmio Técnico, no Festival de Cannes.

O filme entra em cartaz nos cinemas a partir do dia 04 de Julho de 2008.

Curiosidade: O papel principal fora, originalmente, de Johny Depp, que teve de deixar o projeto devido a seu compromisso com o filme “Piratas do Caribe – No Fim do Mundo”.