Euphoria: I.A. e Ragdolls

Euphoria: I.A. e ragdolls em uma nova era de games

Muitos gamers falam sobre realismo e “efeitos de física” sem nem mesmo saber a quantidade de tempo e dinheiro que se gasta tentando ajustar parâmetros que dêem a sensação de realidade em um game. Para gamers como nós, basta que as interações em um jogo pareçam reais e nos damos por satisfeitos. Se atiramos em um inimigo, queremos que ele sofra o impacto. Quando batemos um carro, exigimos algum tipo de desvio na rota da vítima. Bem, a empresa NaturalMotion acaba de criar uma espécie de ferramenta de animação que promete mudar nossa percepção sobre o realismo em games, chamada Euphoria. A explicação pode ser um pouco complexa, mas o resultado é de arregalar os olhos.

Euphoria é uma ferramenta de programação que junta a física usada em ragdolls com uma inteligência artificial que busca a auto-preservação. Hein? Calma, vou explicar.

Ragdoll significa literalmente “boneca-de-pano”. Este tipo de recurso faz com que personagens tenham movimentos aleatórios determinados por forças do ambiente do jogo em tempo real. Membros são interpretados como adjacências do tronco e não há animação previamente estabelecida, o que significa na prática que duas quedas nunca seriam iguais, por exemplo. O personagem se comportaria como uma boneca-de-pano (daí o nome), sendo influenciado pelo que ocorre no jogo. O game Tony Hawk Project 8 já usa esse tipo de recurso nas quedas.

Mesmo sendo interessante, o recurso ragdoll sozinho não cria uma animação humana realista, já que nós não esperamos o impacto da queda como um saco de batatas voando pelos ares. Temos reações instintivas neste tipo de situação, como proteger a cabeça e retrair os músculos para receber o impacto. Nisso entra a inteligência artificial.

A NatureMotion criou uma nova engine de animação, que alia o Endorphin, uma espécie de ragdoll com interações musculares e de juntas que simula um corpo, a códigos de programação que dão a noção de auto-preservação e posicionamento ao objeto animado. Isto é Euphoria.

(o video não tem som, mas vale ser assistido)

Com a Euphoria, uma nova esfera de realidade se abre diante dos nossos olhos. Imagine games onde os inimigos sofrem a conseqüência de tiros sempre de forma diferente. Pense em jogos onde personagens arremessados tentam manter o equilíbrio ao aterrissar, e podem ou não conseguir. Se anime com a possibilidade de um jogo de esportes onde cada falta resulta em uma queda única. Agora pare de sonhar e veja três jogos em produção com a engine Euphoria, que trarão exatamente essas sensações.

Star Wars: The Force Unleashed

Na nova empreitada da série Star Wars em games – Star Wars: The Force Unleashed – você controla um aprendiz secreto de Darth Vader, e suas ações influenciam diretamente no decorrer da trilogia original. Além da história animadora, o jogo trás a engine Euphoria, que torna gratificante a visão de um stormtrooper tentando se agarrar inutilmente a uma caixa de metal para não ser arremessado pela Força. Demais.

BackBreaker

No novo jogo de futebol americano – BackBreaker – com a engine Euphoria, cada esbarrão, apesar de não ser falta, resulta em uma queda nova. Este é um belo exemplo para demonstrar do que a nova forma de programação é capaz.

GTA IV

Isso mesmo, a série de games mais controversa – Grand Theft Auto – de todos os tempos usará a Euphoria para dar realismo aos tiros, quedas, efeitos de explosões, batidas de carro e todas aquelas cenas de destruição protagonizadas pelo seu personagem e qualquer inimigo ao redor. Se você já achava que esse game ia ser extraordinário, você não perde por esperar.

A Euphoria pode de fato melhorar o nível de realismo dos games atuais. Infelizmente, a capacidade de processamento dos consoles tem que ser bem robusta para rodar a Euphoria. O que deixa os proprietários do Nintendo Wii e de portáteis fora da brincadeira por enquanto. Já é razão pra pensar em comprar um Xbox 360 ou PS3 .