“Indiana Jones IV”
por Bruno Accioly em maio 11, 2008Zero Comentários =( Publicado em Cinema, Destaque
“Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”

Não se trata de um personagem qualquer. Indiana Jones pode parecer um tema já datado, mas é justamente aí que reside a forca do argumento do novo filme estrelado por Harisson Ford.
Lucas e Spielberg construíram todo o pano de fundo da ficção e fantasia na qual beberam autores e diretores como Peter Jackson (“Senhor dos Anéis” ), irmãos Wachovsky (“Matrix” ) e Jon Favreau (“Homem de Ferro” ).
O cinema de ação e aventura pode ter mudado de ritmo desde que Indiana saiu de cena, cavalgando em direção ao horizonte… mas se há uma coisa da qual esse mundo jovem e presunçoso precisa é justamente de um puxão de orelhas como o prometido por David Koepp (“Jurassic Park” e “Guerra dos Mundos” ) – o diretor escalado por Spielberg para a nova aventura de Indiana Jones.
Koepp é um diretor inteligente e capaz de perceber a oportunidade de mostrar que ninguém parou no tempo desde a Última Cruzada, muito menos Indiana Jones, que participou – enquanto personagem – de (1992), “Indiana Jones and the Infernal Machine” (1999) e “Indiana Jones and the Emperors Tomb” (2003) todos lançados em vídeo-game pela Lucas Arts, além de ter tido suas aventuras lançadas nos quadrinhos pela Marvel e pela Dark Horse, sem falar do flashback , com o qual Lucas nos presenteou de 1992 até 1996.
Não ter acompanhado as aventuras de Jones nos quadrinhos, TV e video-games não é desculpa. O fato é que o personagem estava em ação e, agora, é aquele sujeito mais velho, mais cheio de sabedoria e que se mostra um veterano e tanto disposto a trombar de frente com os atuais gigantes da aventura, ação e ficção, como Homem de Ferro, Batman, Hulk, Speed Racer e toda sorte de personagens com muita tradição nos quadrinhos e desenhos animados mas que – com poucas exceções – aderiram a escola do “mais-do-mesmo” ao centrar toda sua estratégia criativa nos efeitos especiais com um mínimo de dramaturgia para não cansar o espectador.
Indiana Jones é um personagem de contador de historias, poderia bem ter sido criado por um Lobato da vida e não se deixa levar pelo charme superficial da risada fácil ou pelas armadilhas nefastas do receio de dar tempo para o espectador pensar. Para Jones quanto mais o espectador pensar melhor! Jones espera que a imaginação do espectador o transporte de volta a uma juventude da qual as gerações atuais carecem, por terem se acostumado a décadas de abuso de sua inteligência e capacidade de atenção.

O novo Indiana Jones é o bom e velho Indiana Jones, e os espectadores vão ter que engolir ele inteiro, com o tempero de novidade que só os grandes mestres que inventaram tudo isso podem condimentar. Indiana chega para abalar as estruturas da dramaturgia cinematográfica e, com sorte, provar de uma vez por todas que, como afirma Koepp, “Nada substitui uma boa história”.
O filme novo chama de volta a atriz Karen Allen (“Starman” ), que viveu Marion Ravenwood em “Os Caçadores da Arca Perdida”; o ótimo Shia Labeouf (“Transformers” ), que encarna o jovem sidekick Mutt Williams; Cate Blanchett, como a Agente Soviética Irina Spalko; John Hurt, como o Professor Oxley, peça importante na busca de Jones pela enigmática Caveira de Cristal de Akator – !

Ambientado em varias partes do globo, como é tradição dos demais, o quarto filme da série se passa dezenove anos depois de “A Última Cruzada” , em 1957, em plena Guerra Fria.
Veterano adorado por um sem numero de fãs, Harrison Ford – que viveu Han Solo , Indiana Jones e Jack Ryan – não deixou duvidas, em entrevistas, sobre seu conforto em reviver o personagem, cujas roupas ainda lhe serviam tão bem quanto o papel e cujo papel ganha nova dimensão, aumentando a mitologia do personagem tanto quanto o sorriso de lado de Ford, ao lembrar-se do momento em que vestiu novamente a indumentária.
Nada mais apropriado – em um mundo onde até Stalone (a sua maneira) vem fazendo uma campanha acerca valor de pessoas com mais idade, com Rocky Balboa e John Rambo – que Indiana Jones dê uma passo a frente e, ao invés de passar o bastão para alguém mais jovem, assumir lado a lado uma missão cheia de riscos, aventuras e na qual um jovem e alguém mais velho precisam um do outro.
Indiana Jones é daqueles personagens… Ele já é maior que a vida!

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