Game of Thrones – E você, quer aprender Dothraki?
por Rober Pinheiro em maio 21, 2010Um Comentário Publicado em Séries de TV
A HBO sempre primou pela competência com que desenvolve suas séries especiais. De “The Tudors” a “True Blood”, a qualidade tanto de roteiro quanto de produção salta aos olhos como uma das marcas registradas do canal. E, para a alegria dos apaixonados por fantasia épica, com sua nova empreitada a coisa parece que não vai ser diferente.
Seguindo exemplos de sucessos como Star Trek [que criou uma língua própria para a raça Klingon] e do arrasa-quarteirão Avatar [com o idioma Na’vi, dos gigantes azulados de Pandora], o canal está desenvolvendo um idioma exclusivo para a série “Game of Thrones”, no caso, o Dothraki, a língua falada pelos senhores dos cavalos, os nômades guerreiros da megasérie “A Song of Ice and Fire” [Uma Canção de Gelo e Fogo, em tradução livre].
A nova produção, cuja primeira temporada será baseada no livro “A Game of Thrones” [Um Jogo de Tronos], primeiro volume do sucesso mundial criado por George R. R. Martin, será bastante fiel ao épico imaginado pelo autor, e a criação do idioma não fugirá disso. Além de características próprias, ele terá influências do turco, russo, estônio, Inuktitut e suaíli.
A concepção da língua Dothraki ficará a cargo de David J. Peterson, membro da Language Creation Society (LCS), centro especializado no desenvolvimento de novos idiomas.
Segundo comunicado da HBO, quando iniciaram a pré-produção da série, os produtores executivos David Benioff e DB Weiss incluíram a criação de uma linguagem exclusiva para os Dothraki e imediatamente entraram em contato com a LCS. Após analisadas uma série de propostas de seus peritos, a iniciativa de Peterson foi selecionada pela equipe de produção e adotada.
Para a criação da conlang [constructed language, termo que define as línguas artificiais, construídas e/ou planejadas a partir de uma ideia por um grupo ou indivíduo] Peterson se inspirou na descrição que o próprio Martin fez da linguagem, bem como de línguas existentes. No entanto, o Dothraki não será apenas uma mistura de todas essas outras línguas. Segundo os produtores, ela terá um som próprio, além de estruturas gramaticais complexas e um extenso vocabulário de mais de 1.800 palavras. Embora não haja uma grande quantidade de dados, há evidências nos escritos do autor de uma ordem de palavras dominantes [sujeito-verbo-objeto], de adjetivos que aparecem depois dos substantivos e a falta de uma cópula [o verbo ser/estar]. Ainda segundo os produtores, Peterson se manteve fiel a esses elementos, criando uma estética sonora que vai soar familiar para os leitores, dando mais profundidade de linguagem e autenticidade.
Abaixo, têm-se alguns exemplos da língua Dothraki:
O nome da nação Dothraki — e, consequentemente, de sua língua — deriva do verbo “dothralat”, que significa “cavalgar”.
O novo idioma possui quatro palavras diferentes para “carregar”, três para “empurrar”, três para “puxar” e oito para “cavalo”; porém, não possui nenhuma palavra para “por favor” ou “seguir”.
A palavra mais longa do idioma é “athastokhdeveshizaroon” que significa “absurdo”.
Os vocábulos para “parentes”, “pesado”, “eclipse”, “disputa”, “ruiva”, “juramento”, “pira funerária”, “prova”, “presságio”, “presa” e “lua cheia” têm um elemento em comum entre si: o termo “qoy”, que significa “sangue”.
A designação Dothraki para “sonho” — atthiraride thirat — significa literalmente “para viver uma vida falsa”.
A palavra “orgulho” — athjahakar — é derivada de “jahak”, a longa trança tradicionalmente usada pelos guerreiros Dothraki [“lajaki”].
Na história, sete poderosas casas de nobres lutam pelo controle da terra mítica de Ponente [Westeros, no original], numa sucessão de intrigas, guerras e jogos de poder. Eddard Stark, lorde do castelo de Winterfell [Invernada, em tradução livre], recebe a visita de seu velho amigo, o rei Robert Baratheon, sem imaginar que sua vida e a de sua família estão prestes a entrar numa espiral de tragédia, conspiração e morte. Durante a estadia, o rei convida Eddard a mudar-se para a corte e assumir a prestigiada posição de Mão do Rei. Este aceita, mas apenas por que desconfia que o anterior detentor desse título foi envenenado pela rainha Cersei, a cruel e manipuladora herdeira do clã Lannister.
Assim, perto do rei, Eddard tem esperança de protegê-lo das traições da rainha e das maquinações de seu irmão, com quem ela mantém uma relação incestuosa. Porém, os Lannister não são os únicos inimigos que Eddard terá de enfrentar. Outras famílias nobres, como os Greyjoys, os Tullys, os Arryns e os Tyrells, também almejam o poder do Trono de Ferro e o conflito iminente jogará a todos numa espiral de acontecimentos que fatalmente os conduzirá à guerra. Longe de tudo, no longínquo leste, a princesa Daenerys Targaryen, última remanescente da dinastia que reinou antes de Robert Baratheon, pretende ressuscitar os dragões do passado e, com eles, recuperar o trono que considera seu por direito. Enquanto isso, no norte, um antigo mal desperta. Entre a guerra e a confusão política, uma irmandade de desajustados, a Night’s Watch [A Guarda Noturna, em tradução livre], é tudo o que resta entre os reinos dos homens e os horrores que existem para além da grande muralha de gelo.
No elenco da série estão nomes como Mark Addy [do recente Hobin Hood], Sean Bean [o Boromir d’O Senhor dos Anéis], Lena Headey [a Sarah Connor da série para TV do Exterminador do Futuro] e Jason Momoa [o Ronon Dex da série Stargate Atlantis].
“Game of Thrones” terá sua produção iniciada em junho na Irlanda, e ainda não tem data de estreia definida.